domingo, 20 de janeiro de 2008

FENÔMENOS MEDIÚNICOS DESCRITOS NA BÍBLIA SAGRADA


Desde que os Espíritos alcançaram condição
para prosseguir na sua caminhada
evolutiva, através das múltiplas reencarnações,
na espécie humana, o homem há recebido,
pela intuição ou por outros meios que
lhe facultam os sentidos, comunicações do
plano espiritual.
Quando manuseamos a Bíblia, livro considerado
sagrado pelas religiões cristãs,
encontramos nela expressos inúmeros fenômenos
mediúnicos, fenômenos esses classificados,
hoje, nas mais variadas categorias.

1 - VOZ DIRETA

Este fenômeno encontramos relatado em
Êxodo, 20:18, que diz: “Todo o povo, porém,
ouvia as vozes e via os relâmpagos, e
o sonido da buzina, e o monte fumegando: e
amedrontado e abalado com o pavor parou
longe.”
Em Apocalipse, 1:10, lemos: “Eu fui
arrebatado em espírito um dia de domingo, e
ouvi por detrás de mim uma grande voz como
de trombeta”...

2 - MATERIALIZAÇÃO

A luta de Jacob com um Espirito é um
fenômeno típico de materialização, pois esta
só poderia realizar-se na condição do
relato bíblico, se o Espírito contendor se
encontrasse materializado (Gen. 32:24).

3 - PNEUMATOGRAFIA OU ESCRITA DIRETA

Por ocasião em que se realizava um banquete
oferecido pelo rei Balthazar, ao qual
compareceram mais de mil pessoas da corte,
no momento em que bebiam vinho e louvavam
os deuses, apareceram dedos que escreviam
de fronte do candieiro, na superfície da
parede da sala do rei, o qual via os movimentos
da mão que escrevia (Daniel, 5:5).

4 - TRANSPORTE

O profeta Elias alimentou-se, graças a
um anjo que lhe depositava, ao lado, pão
cozido debaixo de cinza (Reis III, 19:5,6).

5 - LEVITAÇÃO

Em Ezequiel, 3:14, lemos o seguinte:
“Também o Espírito me levantou e me levou
consigo; e eu me fui cheio de amargura, na
indignação do meu Espírito; porém a mão do
Senhor estava comigo, confortando-me.”
Felipe é levado, também, pelo Espírito
do Senhor, após receber o batismo (Atos, 5:39).
Estes fatos enquadram-se, perfeitamente,
na classe dos fenômenos de levitação e
transporte, obtidos, no século passado, pelo
notável médium Daniel D. Home e outros.

6 - TRANSE

No cap. 15:12 e 13, do Gênese, encontramos
o seguinte fato: “Ao pôr do sol, vem um
profundo sono sobre Abrahão, e um horror
grande e tenebroso o acometeu, e lhe foi
dito: saiba desde agora que tua posteridade
será peregrina numa terra estrangeira, e
será reduzida à escravidão, e aflita por
quatrocentos anos.”
Daniel também cai em transe e tem visão(Daniel 8:18).
Saulo, a caminho de Damasco, cai em transe
e ouve a voz do Senhor (Atos, 9:3 e seguintes).

7 - MEDIUNIDADE AUDITIVA

Moisés, no monte Sinai, ouve a voz dos
Espíritos, julgando ser a do próprio Deus.
(Êxodo, 19:29,20).
Jesus, por ocasião do batismo no rio
Jordão, ouve uma voz que lhe diz:“Tu és
aquele meu filho especialmente amado; em ti
é que tenho posto toda a minha complacência.”
Em João, 12:28, lemos: “Pai glorifica o
teu nome. Então veio esta voz do céu – “Eu
não só o tenho já glorificado, mas ainda
segunda vez o glorificarei.”
Todos esses fatos comprovam a mediunidade
auditiva, tão comum em nossos dias.

8 - MEDIUNIDADE CURADORA

Ao tempo do Cristo, a mediunidade curadora
disseminou-se por entre os discípulos, que
produziam curas, algumas, pela imposição
das próprias mãos, outras, através de objetos
magnetizados.
Em Atos, 19:11 e12, encontramos o
relato de que lenços
e aventais pertencentes
a Paulo eram
aplicados aos doentes
e possessos, e,
graças a ação magnética
desses objetos,
ficavam curados.
As curas à distância
também foram
realizadas. O criado
do Centurião de Cafarnaum e o filho de
um régulo foram curados (Mateus, 8:5,13; e
João, 4:47, 54).
Jesus recomendara, quando esteve entre
nós, que curássemos. Dizia ele:
“Curai os enfermos, expulsai os maus
Espíritos, dai de graça o que de graça
recebestes.”
(Mateus, 10:8, Lucas 9,2 e 10:9).
É em cumprimento desse preceito que o
Espiritismo, além de ser uma obra de educa-
ção, procura dar atendimento aos enfermos
do corpo e da alma, com a ajuda dos abnegados
irmãos espirituais, que se servem dos
médiuns passistas, receitistas,
doutrinadores e de todos os que, de boa
vontade, trabalham em prol da construção de
um mundo melhor.

9 - OUTRAS FORMAS DE MEDIUNIDADE

Encontramos, ainda, na Bíblia, Saul consultando
o Espírito de Samuel, na gruta de
Endor.
Moisés conduzia o povo hebreu, no deserto,
acompanhado por uma labareda que seguia
à sua frente.
Jeremias o profeta da paz era médium
de incorporação. Quando o Espírito o tomava,
pregava contra a guerra aos exércitos
de Nabucodonosor.
É interessante notar que as práticas
mediúnicas, daquele tempo, eram semelhantes
às de nossos dias. Para a formação do
ambiente, alguns profetas (médiuns) exigiam
a música. Assim o profeta Eliseu, para
profetizar, reclamava um bom harpista. David
afasta os Espíritos obsessores de Saul,
tangendo sua harpa.
Podíamos citar ainda muitos outros fatos,
que se acham registrados no antigo
Testamento, os quais provam, de sobejo, que
os fenômenos mediúnicos sempre ocorreram,
desde a mais remota antigüidade, mas não é
necessário; estes já bastam para provar que
a Bíblia é um repositório de mediunismo.
A vontade dos guias era, naquele tempo,
transmitida ao povo através dos profetas
videntes, audientes e inspirados, que vieram
à Terra na qualidade de missionários do
Cristo.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Chefia e Subalternidade. :-O


Não olvidar que o chefe é aquela pessoa que se responsabiliza pelo trabalho da equipe.

A melhor maneira de reverenciar a quem dirige, será sempre a execução fiel das próprias obrigações.

Quem administra efetivamente precisa da colaboração de quem obedece, mas se quem obedece necessita prestar atenção e respeito a quem administra, quem administra necessita exercer bondade e compreensão para quem obedece, a fim de que a máquina do trabalho funcione com segurança.

Orientar é devotar-se.

Aquele que realmente ensina é aquele que mais estuda.

Um chefe não tem obrigação de revelar ao subordinado os problemas que lhe preocupam o cérebro, tanto quanto o subordinado não tem o dever de revelar ao chefe os problemas que porventura carregue no coração.

(Xavier, Francisco Cândido).
(Da obra: "Sinal Verde".Ditado pelo Espírito André Luiz).
49a edição. Uberaba-MG: CEC, 2001.

A Serpente e o Sábio. :-)


Contam as tradições populares da Índia que existia uma serpente venenosa em certo campo. Ninguém se aventurava a passar por lá, receando-lhe o assalto. Mas um santo homem, a serviço de Deus, buscou a região, mais confiado no Senhor que em si mesmo. A serpente o atacou, desrespeitosa. Ele dominou-a, porém, com o olhar sereno, e falou:
- Minha irmã, é da lei que não façamos mal a ninguém.
A víbora recolheu-se, envergonhada. Continuou o sábio o seu caminho e a serpente modificou-se completamente. Procurou os lugares habitados pelo homem, como desejosa de reparar os antigos crimes. Mostrou-se integralmente pacífica, mas, desde então, começaram a abusar dela. Quando lhe identificaram a submissão absoluta, homens, mulheres e crianças davam-lhe pedradas. A infeliz recolheu-se à toca, desalentada. Vivia aflita, medrosa, desanimada. Eis, porém, que o santo voltou pelo mesmo caminho e deliberou visitá-la. Espantou-se, observando tamanha ruína. A serpente contou-lhe, então, a história amargurada. Desejava ser boa, afável e carinhosa, mas as criaturas peseguiam-na. O sábio pensou, pensou e respondeu após ouví-la:
- Mas, minha irmã, ouve um engano de tua parte. Aconselhei-te a não morderes ninguém, a não praticares o assassínio e a perseguição, mas não te disse que evitasses de assustar os maus. Não ataques as criaturas de Deus, nossas irmãs no mesmo caminho da vida, mas defende a tua cooperação na obra do Senhor. Não mordas, nem firas, mas é preciso manter o perverso à distância, mostrando-lhe os teus dentes e emitindo os teus silvos.

(Xavier, Francisco Cândido).
(Da obra: "Os Mensageiros".Ditado pelo Espírito André Luiz).FEB, 1944.

Não te Canses. :-)


"Não nos desanimemos de fazer o bem, pois, a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos." Paulo (Gálatas, 6:9)

Quando o buril começou a ferir o bloco de mármore embrutecido, a pedra, em desespero, clamou contra o próprio destino, mas depois, ao se perceber admirada, encarnando uma das mais belas concepções artísticas do mundo, louvou o cinzel que a dilacerara.
A lagarta arrastava-se com extrema dificuldade, e, vendo as flores tocadas de beleza e perfume, revoltava-se contra o corpo disforme; contudo, um dia, a massa viscosa em que se amargurava converteu-se nas asas de graciosa e ágil borboleta e, então, enalteceu o feio corpo com que a Natureza lhe preparara o vôo feliz.
O ferro rubro, colocado na bigorna, espantou-se e sofreu, inconformado; todavia, quando se viu desempenhando importantes funções nas máquinas do progresso, sorriu reconhecidamente para o fogo que o purificara e engrandecera.
A semente lançada à cova escura chorou, atormentada, e indagou por que motivo era confiada, assim, ao extremo abandono; entretanto, em se vendo transformada em arbusto, avançou para o Sol e fez-se árvore respeitada e generosa, abençoando a terra que a isolara no seu seio.
Não te canses de fazer o bem.
Quem hoje te não compreende a boa-vontade, amanhã te louvará o devotamento e o esforço.
Jamais te desesperes, e auxilia sempre.
A perseverança é a base da vitória.
Não olvidas que ceifarás, mais tarde, em tua lavoura de amor e luz, mas só alcançarás a divina colheita se caminhares para diante, entre o suor e a confiança, sem nunca desfaleceres.

(Xavier, Francisco Candido). (Da obra: "Fonte Viva").
(Ditado pelo Espírito Emmanuel).21a edição. Lição 124. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1997.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Sócrates e Platão. :-)


Devemos lembrar, também, de três outras
figuras importantes no mundo Oriental, que
foram Lao-Tse, Mêncio e Confúcio.
O primeiro, apresenta o Livro da Razão
Suprema, estabelecendo elevados princípios
morais; o segundo, em seu Tratado de Moral,
concita os homens à boa conduta, e, o terceiro,
trouxe a grande máxima: – “Não façais
aos outros o que não quereis que eles vos
façam.”

4 - SÓCRATES E PLATÃO

Sócrates, como o Cristo, nada escreveu.
O que sabemos, hoje, a respeito de sua doutrina,
foi escrito por Platão, seu discípulo.
Morreu condenado a tomar cicuta, por
haver atacado as crenças da época e colocado
a virtude acima da hipocrisia. Combateu,
de corpo e alma, os preconceitos religiosos
como o fez Jesus, a quem os fariseus também
acusaram de corromper o povo.
Como nosso objetivo principal é trazer,
através destas páginas, um pouco de conhecimento,
não só do Espiritismo, mas também
de mais algumas doutrinas espiritualistas,
que nos foram legadas por aqueles que antecederam
o Cristo, não podemos deixar de
inserir, aqui, alguns tópicos da doutrina
de Sócrates e Platão, que servirão para
mostrar a grande semelhança com os ensinos
que nos dão os Espíritos.
Vejamos:
“O homem é uma alma encarnada. Antes
da sua encarnação, existia unida aos
tipos primordiais, às idéias do verdadeiro,
do bem e do belo; separa-se
deles encarnando, e, recordando seu
passado, é mais ou menos atormentada
pelo desejo de voltar a ele.”
Aqui vemos a distinção entre o espírito
e a matéria, o que nos mostra o princípio
da preexistência da alma antes de reencarnar,
guardando intuição do mundo espiritual.
Está, desta forma, bem expressa a reencarnação.
E, continuando, vamos citar vários outros
trechos desta doutrina, que servem para
aclarar nosso espírito na compreensão de
que há um grande paralelo entre ela, a do
Cristo e o Espiritismo, embora seja esta
mais completa, mas, de qualquer forma,
Sócrates e Platão, no dizer de Kardec, pressentiram
a idéia cristã através de seus escritos.
“A alma – diziam eles – se transvia e
perturba, quando se serve do corpo
para considerar qualquer objeto; tem
vertigem como se estivesse ébria,
porque se prende a coisas que estão,
por sua natureza, sujeitas a mudanças;
ao passo que, quando contempla
sua própria essência, dirige-se para
o que é puro, eterno, imortal, e,
sendo ela dessa natureza, permanece
aí ligada, por tanto tempo quanto
possa. Cessam, então, os seus
3transviamentos, pois está unida ao
que é imutável e a esse estado da
alma é que se chama sabedoria.”
“Após a morte, o gênio (daimon, demônio),
que nos fora designado durante
a vida, leva-nos a um lugar onde se
reúnem todos os que têm de ser conduzidos
ao Hades, para serem julgados.
As almas, depois de haverem estado no
Hades o tempo necessário, são
reconduzidas a esta vida em múltiplos
e longos períodos.”
“Os demônios ocupam o espaço que separa
o céu da terra; constituem o
laço que une o Grande Todo a si mesmo.
Não entrando nunca a divindade em
comunicação direta com o homem, é por
intermédio dos demônios que os deuses
entram em contato e se entretêm
com eles, quer durante a vigília,
quer durante o sono.”
“A preocupação constante do filósofo
é a de tomar o maior cuidado com a
alma, menos pelo que respeita a esta
vida, que não dura mais que um instante,
do que tendo em vista a eternidade.
Desde que a alma é imortal,
não será prudente viver visando à
eternidade?”
“Se a alma é imaterial, tem que passar,
após esta vida, a um mundo igualmente
invisível e imaterial, do mesmo
modo que o corpo, decompondo-se,
volta à matéria. Muito importa no
entanto distinguir bem a alma pura,
verdadeiramente imaterial, que se alimente,
como Deus, de ciência e pensamentos,
da alma mais ou menos maculada
de impurezas materiais, que a impedem
de elevar-se para o divino e a
retém nos lugares da sua estada na
terra.”
“Se a morte fosse a dissolução completa
do homem, muito ganhariam com a
morte os maus, pois se veriam livres,
ao mesmo tempo, do corpo, da alma e
dos vícios. Aquele que guarnecer a
alma, não de ornamentos estranhos,
mas com os que lhes são próprios, só
esse poderá aguardar tranqüilamente
a hora da sua partida para o outro
mundo.”
“O corpo conserva bem impressos os
vestígios dos cuidados de que foi
objeto e dos acidentes que sofre. Dáse
o mesmo com a alma. Quando despida
do corpo, ela guarda evidentes os
traços de seu caráter, de suas afeições
e as marcas que lhe deixaram
todos os atos de sua vida. Assim, a
maior desgraça que pode acontecer ao
homem é ir para outro mundo com a
alma carregada de crimes. Vês,
Cálicles, que nem tu, nem Pólux, nem
Górgias podereis provar que devamos
levar outra vida que nos seja útil
quando estejamos do outro lado. De
tantas opiniões diversas, a única que
permanece inabalável é a que mais
vale receber do que cometer uma injustiça
e que, acima de tudo, devemos
cuidar, não de parecer, mas de ser
homem de bem.”
“De duas uma: ou a morte é uma destruição
absoluta, ou é passagem da
alma para outro lugar. Se tudo tem
que se extinguir, a morte será como
uma dessas raras noites que passamos
sem sonho e sem nenhuma consciência
de nós mesmos. Porém, se a morte é
apenas uma mudança de morada, a passagem
para o lugar onde os mortos se
têm de reunir, que felicidade a de
encontrarmos lá aqueles a quem conhecemos!
O meu maior prazer seria
examinar de perto os habitantes dessa
outra morada e de distinguir lá,
como aqui, os que são dignos dos que
se julgam tais e não o são. Mas, é
tempo de nos separarmos, eu para morrer,
vós para viverdes,”
“Nunca se deve retribuir com outra
injustiça, nem fazer mal a ninguém,
seja qual for o dano que nos hajam
causado. Poucos, no entanto, serão
os que admitem este princípio e os
que se desentenderem a tal respeito
nada farão mais, sem dúvida, do que
votarem uns aos outros mútuo desprezo.”
“É pelos frutos que se conhece a árvore.
Toda ação deve ser qualificada
pelo que produz: qualificá-la de má,
quando dela provenha o mal; de boa,
quando dê origem ao bem.”
“A riqueza é um grande perigo. Todo
homem que ama a riqueza não ama a si
mesmo, nem ao que é seu; ama a uma
coisa que lhe é ainda estranha do que
o que lhe pertence.”
“É disposição natural em todos nós a
de nos apercebermos muito menos dos
nossos defeitos, do que nos de outrem.”
“Se os médicos são mal sucedidos,
tratando da maior parte das moléstias,
é que tratam do corpo sem tratarem
da alma. Ora, não se achando o
todo em bom estado, impossível é que
uma parte dele passa bem.”
“Todos os homens, a partir da infância,
muito mais fazem de mal do que
de bem.”
Conforme acabamos de ver, estes ensinos,
que foram difundidos quase quinhentos
anos antes do Cristo, encerram grandes verdades
que, no século XIX, foram confirmadas
pelo Consolador Prometido, personificado na
Doutrina Espírita, a qual representa, há
mais de um século, o Cristianismo Redivivo.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

DOUTRINAS ESPIRITUALISTAS. :-)


Falar sobre todas as doutrinas
espiritualistas existentes no mundo é tarefa
dificílima, pois seu número é bastante
elevado, o que exigiria muito espaço e tempo.
Como nosso trabalho limita-se apenas a
apresentar alguns ensinos principais, mas
resumidos, objetivando, dessa forma, facilitar
mais àqueles que não dispõem de tempo
e nem mesmo de muitas obras de consulta, é
que resolvemos abordar um pouco de cada
assunto que, sobremaneira, interessa aos
que desejam formar cultura generalizada no
campo espiritual.
Assim, considerando que as doutrinas
espiritualistas, notadamente as da antigüidade,
vêm trazer apreciável subsídio para
o leitor no que diz respeito aos seus conhecimentos
espirituais, é que achamos conveniente
citar algumas dessas doutrinas,
que serviram para o desenvolvimento dos chamados
“iniciados” de antanho.
Quando falamos em iniciados, lembramonos
logo de Moisés – o salvo das águas do
rio Nilo – segundo narrativa bíblica.
Moisés fora educado na corte dos Faraós,
tornando-se um grande iniciado daquele época.
Seus livros, que constituem o chamado
Pentateuco, deixam transparecer, claramente,
que ele era dotado de grandes conhecimentos
das ciências secretas, daquele tempo.
Ao que estamos informados, muitas eram
as fontes de consulta de então, as quais
teriam servido para aprimorar seu conhecimento
no terreno da filosofia espiritualista,
tornando-se, dessa forma, um dos grandes
iniciados da época.

1 - OS VEDAS

Não podemos precisar a data em que foram
escritas estas obras, mas Souryo Shiddanto
(em sânscrito “tratado do deus do sol”),
obra de astronomia, cuja composição remonta,
em sua parte mais antiga, ao século IV
a.C., já nos fala dos Vedas.
Estas obras constituem a Bíblia da Índia
e nelas encontramos preciosos ensinos
espiritualistas, como a comunicabilidade dos
espíritos, a reencarnação, a pluralidade
dos mundos, além de sábios conselhos, muitos
deles semelhantes aos que nos foram
legados pelo Cristo.
Quanto à comunicabilidade dos espíritos,
lemos nos Vedas que, no sacrifício do
fogo, muito usado na antigüidade, compareciam
os Espíritos denominados Assouras,
que no panteão indiano constituem divindades
do mal, e os Pitris, que eram almas dos
antepassados, e dele tomavam parte.
Como se vê, desde as mais remotas eras
já se estabelecia a comunicação entre os
dois mundos, dando prova, assim, da sobrevivência
do Espírito após a morte do corpo
físico.
Devemos citar, ainda, para maiores esclarecimentos,
que os Vedas encerram preciosos
ensinos no campo do amor e do perdão.
O que se segue é um exemplo de sua sublimidade:
“Sê, para o teu inimigo, o que é a
terra que devolve farta colheita ao
lavrador que lhe rasga o seio. Sê,
para aquele que te aflige, o que é o
sândalo da floresta que perfuma o
machado do lenhador que o corta.”
Os ensinos da pluralidade das existências,
ou seja, da reencarnação da alma,
eram conservados na tradição oral dos cânticos
védicos; foram divulgados somente após a
compilação dos Vedas pelo sábio brâmane,
Vyasa, cerca de 14 séculos a.C., e fixados
definitivamente entre os séculos XII e XI,
quando a escrita foi introduzida na Índia
pela influência dos fenícios.

2 - KRISHNA

Continuando nosso estudo em torno de
algumas doutrinas espiritualistas da antigüidade,
devemos lembrar o grande pensador
brâmane, Krishna, que foi o inspirador das
crenças dos indus. Através de sua doutrina,
verificamos que a imortalidade da alma, as
vidas sucessivas, a lei de causa e efeito,
faziam parte dos seus ensinos.
A doutrina de Krishna se contém inteirinha
no Bhagavad-Gita, que é um dos hinos do
Mahabhárata e, por sinal, a mais bela e
profunda mensagem de filosofia que nos legou
a antigüidade.
“O corpo – dizia ele – envoltório da
alma que aí faz sua morada, é uma
coisa finita; porém a alma que o habita
é imortal, imponderável e eterna”.
Esses ensinos nos mostram a imortalidade
da alma como princípio básico, e que a
vida do corpo é transitória.
“Todo renascimento, feliz ou desgraçado,
é uma conseqüência das obras
praticadas em vidas anteriores.”
Aí está patente a lei de causa e efeito.
Colhemos o fruto oriundo da semente que
lançamos.
Com referência à reencarnação, dizia ele:
“Tanto eu como vós temos tido vários
nascimentos. Os meus, só de mim são
conhecidos, porém vós nem mesmo os
vossos conheceis.”
Ao que parece, Krishna, em decorrência
de sua evolução, lembrava-se das encarnações
pretéritas.
Ainda, sobre reencarnação, devemos citar
mais este ensinamento:
“Como a gente tira do corpo as roupas
usadas e as substitui por outras novas
e melhores, assim, também, o habitante
do corpo (Espírito), tendo
abandonado a velha morada mortal,
entra em outra nova e recém-preparada
para ele.”
Sobre a moral, pregava Krishna:
“Os males com que afligimos o próximo
nos perseguem, assim como a sombra
segue o corpo.”
“As obras inspiradas pelo amor dos
nossos semelhantes são as que mais
pesarão na balança celeste.”
“O homem virtuoso é semelhante a uma
árvore gigantesca, cuja sombra benéfica
permite frescura e vida às plantas
que a cercam”.
“Se convives com os bons, teus exemplos
serão inúteis; não temas habitar
entre os maus para os reconduzir
ao bem.”
São ensinamentos que muito se assemelham
aos de Jesus, porquanto fora Krishna
um de seus enviados.

3 - BUDA

Outro missionário que veio ao mundo para
trazer ensinos de amor e de perdão foi Buda,
cujo nome verdadeiro era Gautama Sáquia Muni
(Gautama é o nome étnico e designa o clã a
que pertencia Buda. Quanto a Sáquia Muni
designa “o santo oriundo dos Sáquias” –
família de guerreiros).
Buda viveu cerca de 600 anos a.C. Renunciou
às grandezas, à vida faustosa para
isolar-se nas florestas, às margens dos
grandes rios asiáticos, em profunda meditação
e estudo, durante sete anos, reaparecendo,
depois, para pregar a necessidade de
se praticar o bem, porque “o bem – dizia
ele – é o fim supremo da natureza.”
Sobre reencarnação disse:
“O que é que julgais, ó discípulos,
seja maior: a água do vasto oceano,
ou as lágrimas que vertestes, quando,
na longa jornada, errastes ao
acaso, de renascimento em
renascimento, unidos àquilo que
odiastes, separados daquilo que
amastes? Uma vida curta, uma vida
longa, um estado mórbido, uma boa
saúde, o poder, a fraqueza, a fortuna,
a pobreza, a ciência, a ignorância...
tudo isso depende de atos cometidos
em anteriores existências.”
“As almas não penetram no ‘mundo das
formas’ senão para trabalhar no complemento
da sua obra de aperfeiçoamento
e elevação. Podem realizar isso
pelos Upanichades e completá-lo pelo
Purana ou amor.”
(Os Upanishades são tratados de mística
hindu, que se reportam aos Vedas, especialmente
ao Yadjur-Veda).
“A ciência e o amor são dois fatores
essenciais do Universo. Enquanto não
os adquirir, o ser está condenado a
prosseguir na série de reencarnações
terrestres.”
Sobre os males decorrentes da ignorância,
devemos citar este outro ensino, que
está sempre atualizado:
“A ignorância é o mal soberano de que
decorrem o sofrimento e a miséria
humana. O conhecimento é o principal
meio para se adquirir a elevação da
vida material e espiritual.”
É interessante notar haver Buda colocado
o conhecimento como base da elevação
espiritual, o que atesta a importância dada,
já naquela época, ao estudo das ciências da
alma e, conseqüentemente, do princípio das
coisas, para a realização desse desiderato.
Podíamos falar ainda mais sobre este
grande missionário, mas, dada a exigüidade
de espaço, limitamo-nos, apenas, a estas
citações, concluindo com a afirmativa de
que a doutrina de Buda é toda de amor e
caridade, oferecendo, assim, profunda analogia
com os ensinos legados por Jesus.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

2ªParte "A Umbanda não é uma Doutrina Espirita".


É preciso que se saiba que “todo espírita
é necessariamente espiritualista, mas
nem todos os espiritualistas são espíritas”.
Embora seja a Doutrina Espírita uma doutrina
espiritualista, por excelência, é
necessário fazer-se distinção das demais
correntes espiritualistas.
Para exemplo, tomemos a Umbanda, seita
muito divulgada no Brasil.
Será a Umbanda doutrina espiritualista?
Sim, é doutrina espiritualista, porquanto
estabelece a comunicação entre os vivos e
os chamados mortos, admitindo, conseqüentemente,
a sobrevivência do Espírito após
a morte do corpo físico; admite sua evolução
através das vidas sucessivas e crê no
resgate, pela dor, das faltas cometidas em
existências anteriores.
Por essas características, não há dúvida
alguma tratar-se a Umbanda de uma doutrina
essencialmente espiritualista. Mas,
por outro lado, será ela Doutrina Espírita
ou Espiritismo?
Não. A Umbanda não pode ser considerada
Doutrina Espírita porque admite cerimônias
litúrgicas, entre elas a do casamento e a
do batizado; é litólatra, porque adota nos
seus trabalhos imagens dos chamados “santos”
(a palavra litólatra vem de litolatria,
que é a adoração das pedras), e é também
fitólatra, porque faz uso de ervas para
defumações, além de outros ritos (a palavra
fitólatra vem do grego phyton “planta”; o
segundo elemento, latra, provém do verbo
grego latrein “adorar”). Mas o Espiritismo
não tem ritos de espécie alguma.
Como se vê, por estas observações ficou
demonstrada a diferença existente entre a
Doutrina Espírita e uma das doutrinas
espiritualistas, que é a Umbanda, doutrina
esta que tem, face aos seus dogmas e ritos,
bastante afinidade com o Catolicismo, também
considerado espiritualista, porque admite
a existência de Deus e de entidades
espirituais que sobrevivem após a
desencarnação.

DA DIFERENÇA ENTRE ESPIRITISMO E ESPIRITUALISMO.


É muito comum afirmar-se que ser
espiritualista é a mesma coisa que ser
espírita ou espiritista. Aqueles que assim
pensam dão prova de que desconhecem os
fundamentos da Doutrina Espírita. Há outros
que, ao serem interrogados sobre a religião
a que pertencem, embora sejam espíritas
militantes, vacilam e dão esta resposta:
Sou espiritualista.
De duas uma: ou respondem assim porque
desconhecem a diferença que há entre a Doutrina
Espírita e as doutrinas
espiritualistas, ou porque temem confessar
a qualidade de espírita convicto. Acham que,
afirmando serem espiritualistas, eximemse
de quaisquer responsabilidades, no tocante
à religião, diante da sociedade a que
pertencem. É a isto que se chama “covardia
moral”.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Juventude e Gentileza. :-)


Por certo, não desconheces as conseqüências dessa onda de egoísmo que recrudesce no seio social, toda vez em que os valores educativos não se fazem prezados. A bem da verdade, bem poucas têm sido as pessoas ocupadas em trabalhar essa dimensão da personalidade, qual seja a do altruísmo, tornando-se úteis à dinâmica da vida planetária. Encharcados de personalismo, os indivíduos falam somente de si, disputam nonadas para si, recorrem a favores diversos apenas para si, sufocando-se no esquife do egoísmo, mais e mais. Nas atividades cotidianas, esses egoístas aproveitam-se de todas as chances possíveis para driblarem os outros, tendo a sensação de serem mais astutos, mais vivos, mais sabidos, dando vazão ao intimo doente. *Se devem enfrentar as filas variadas, desse ou daquele tipo, para serem atendidos a seu tempo, tratam de descobrir pessoas conhecidas, localizadas à frente, que lhes facilite passar para posições privilegiadas, quando não invadem abusivamente, elas mesmas, o espaço dos que aguardam dignamente. Crêem-se mais apressados ou com mais compromissos que os demais. Entretanto, para o egoísta, tanto faz seja a fila bancária, ou dos cinemas e outras diversões, o que deseja é passar à frente dos outros, porque lhe impacienta a espera ou por vício, sempre alimentado. Os males do caráter, desenvolvido e alicerçado no egoísmo, não se limitam. Nas conduções populares, o acomodado egoísta vê pessoas idosas, mulheres gestantes, criaturas visivelmente enfermas, viajando de pé, sob ingentes sacrifícios, sem qualquer sensibilização, mantendo-se assentados, indiferentes. Em outros momentos, vemos crianças e moços assentados, ao lado de seus pais, que acompanham a tudo, fazendo de conta que não estão vendo ou entendendo o que se passa. A disputa generalizada por entrar ou sair primeiro dos lugares de muita gente, quantos acidentes há provocado? E os desentendimentos e guerras mentais que se somam, incontáveis? A marca do egoísmo, assim, mostra-se em toda parte, entre as mais diversas personalidades. *Avaliando esse quadro que se forja nos grupos sociais, percebe, meu jovem companheiro, quantas ocasiões de conquista salutar para a alma têm sido postergadas. Verifica, desse modo, como tens agido, em relação à gentileza. Se constatares que não tens estado sintonizado com ela, esforça-te para alcançá-la. Se te encontrares em algum transporte coletivo, valendo-te do vigor da tua mocidade, não esperes que te solicitem. Oferece o teu assento para quem dele precise, demonstrando os valores que te lucilam no íntimo. E é tão pouca coisa. Evita que tombe uma gestante ou um velho; impede que se fira uma pessoa obesa ou doente, e sintas as alegrias de ser útil. Diante das filas, enfrenta-as. Tu podes fazê-lo. Se tiveres pressa, chega mais cedo. Não sobrecarregues os amigos que encontres com teus pedidos, embora possas pedir a alguém que te guarde o lugar e, quando chegues, esse alguém, então, sairá. A virtude costuma parecer tolice, quando começamos a exercitá-la. Depois, transforma-se em luz tão ampla que não mais a dispensamos. Ao atravessar a via pública, vê se por perto não haverá um velhinho, um cego, alguém a quem possas ajudar na travessia. Far-te-á imensa bem essa atitude. Coopera com alguém que sobe ou desce uma escada com fardos e bolsas pesados. Dá-lhe pequena ajuda e recolhe, nas vibrações agradecidas, verbalizadas ou não, as alegrias de servir. Abre uma porta para esse ou aquele, dando-lhe passagem, gentilmente, seja em tua casa, seja num elevador, seja onde for, e sintas a euforia de ser atencioso. À principio, terás que fazer esforços; com o tempo a gentileza será parte de ti. *Juventude se pretende influir no mundo para modificar-lhe as bases de vida social, que sabes tão complexa e perturbadora, começa com teu empenho, com a tua contribuição. Na gentileza exemplificada por ti, verás que a postura egocêntrica vai sendo transformada, e que, ao te sentires mais leve e feliz, não te preocuparás com a gratidão ou não dos beneficiários da tua solicitude, porque, para o teu coração, valerá a cooperação que prestas à Vida, a cooperação com a Obra de Deus. Segue, então, adiante. Contagia os teus amigos e afetos com a tua atitude gentil, ajudando a extinguir o egoísmo do mundo.

(Teixeira, José Raul. Da obra: "Cânticos da Juventude").
(Ditado pelo Espírito Ivan de Albuquerque.1a edição). Niterói, RJ: Fráter, 1990.
 

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