quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Qual era a visão dos Judeus no aspecto da CRIAÇÃO.


3 Os judeus tinham idéias muito incertas em relação à vida futura.
Acreditavam nos anjos como os seres privilegiados da Criação, mas
não sabiam que, um dia, os homens pudessem tornar-se anjos e partilhar
da felicidade deles. Pensavam que o cumprimento das leis de Deus era
recompensado pelos bens da Terra, pela supremacia de sua nação;
pelas vitórias sobre seus inimigos, enquanto as calamidades coletivas
e as derrotas eram o castigo da sua desobediência àquelas leis. Moisés
não poderia dizer mais a um povo pastor, inculto, que devia estar
interessado, antes de mais nada, nas coisas deste mundo. Mais tarde,
Jesus veio lhes revelar que há um outro mundo onde a Justiça de Deus
segue seu curso, e é este mundo que promete aos que respeitam os
mandamentos de Deus e onde os bons acharão sua recompensa. Esse
mundo é o seu reino; é lá que Jesus está em toda a sua glória e para
onde retornou ao deixar a Terra.
No entanto, Jesus, ajustando seu ensinamento ao estado dos
homens de sua época, julgou conveniente não lhes dar uma luz
completa, que os ofuscaria ao invés de esclarecê-los, pois não O teriam
entendido. Limitou-se a colocar, de algum modo, a vida futura como
um princípio, como uma lei da Natureza à qual ninguém pode escapar.
Aquele que crê acredita de algum modo numa vida futura, mas a idéia
que muitos fazem disso é pouco clara, incompleta, e por isso mesmo
em muitos pontos falsa. Para uma grande maioria, é apenas uma
crença sem certeza absoluta; daí as dúvidas e, até mesmo, a
incredulidade.
O Espiritismo veio completar nesse ponto, como em muitos
outros, o ensinamento do Cristo, quando os homens já estavam
maduros para compreender a verdade. Com o Espiritismo, a vida futura
não é mais um simples artigo de fé, uma incerteza: é uma realidade
material demonstrada pelos fatos. São as testemunhas oculares que
vêm descrevê-la em todas as suas fases e em todos os seus detalhes,
de tal modo que não há mais possibilidade de dúvidas, e a mais simples
das inteligências pode compreendê-la sob seu aspecto verdadeiro,
tal como imaginamos um país do qual lemos apenas uma descrição
detalhada. Assim é que essa descrição da vida futura é de tal maneira
mostrada, são tão racionais as condições de existência feliz ou infeliz
dos que lá se encontram, que reconhecemos não poder ser de outra
forma e que, afinal, aí reside a verdadeira Justiça de Deus.
 

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