terça-feira, 8 de janeiro de 2008

DOUTRINAS ESPIRITUALISTAS. :-)


Falar sobre todas as doutrinas
espiritualistas existentes no mundo é tarefa
dificílima, pois seu número é bastante
elevado, o que exigiria muito espaço e tempo.
Como nosso trabalho limita-se apenas a
apresentar alguns ensinos principais, mas
resumidos, objetivando, dessa forma, facilitar
mais àqueles que não dispõem de tempo
e nem mesmo de muitas obras de consulta, é
que resolvemos abordar um pouco de cada
assunto que, sobremaneira, interessa aos
que desejam formar cultura generalizada no
campo espiritual.
Assim, considerando que as doutrinas
espiritualistas, notadamente as da antigüidade,
vêm trazer apreciável subsídio para
o leitor no que diz respeito aos seus conhecimentos
espirituais, é que achamos conveniente
citar algumas dessas doutrinas,
que serviram para o desenvolvimento dos chamados
“iniciados” de antanho.
Quando falamos em iniciados, lembramonos
logo de Moisés – o salvo das águas do
rio Nilo – segundo narrativa bíblica.
Moisés fora educado na corte dos Faraós,
tornando-se um grande iniciado daquele época.
Seus livros, que constituem o chamado
Pentateuco, deixam transparecer, claramente,
que ele era dotado de grandes conhecimentos
das ciências secretas, daquele tempo.
Ao que estamos informados, muitas eram
as fontes de consulta de então, as quais
teriam servido para aprimorar seu conhecimento
no terreno da filosofia espiritualista,
tornando-se, dessa forma, um dos grandes
iniciados da época.

1 - OS VEDAS

Não podemos precisar a data em que foram
escritas estas obras, mas Souryo Shiddanto
(em sânscrito “tratado do deus do sol”),
obra de astronomia, cuja composição remonta,
em sua parte mais antiga, ao século IV
a.C., já nos fala dos Vedas.
Estas obras constituem a Bíblia da Índia
e nelas encontramos preciosos ensinos
espiritualistas, como a comunicabilidade dos
espíritos, a reencarnação, a pluralidade
dos mundos, além de sábios conselhos, muitos
deles semelhantes aos que nos foram
legados pelo Cristo.
Quanto à comunicabilidade dos espíritos,
lemos nos Vedas que, no sacrifício do
fogo, muito usado na antigüidade, compareciam
os Espíritos denominados Assouras,
que no panteão indiano constituem divindades
do mal, e os Pitris, que eram almas dos
antepassados, e dele tomavam parte.
Como se vê, desde as mais remotas eras
já se estabelecia a comunicação entre os
dois mundos, dando prova, assim, da sobrevivência
do Espírito após a morte do corpo
físico.
Devemos citar, ainda, para maiores esclarecimentos,
que os Vedas encerram preciosos
ensinos no campo do amor e do perdão.
O que se segue é um exemplo de sua sublimidade:
“Sê, para o teu inimigo, o que é a
terra que devolve farta colheita ao
lavrador que lhe rasga o seio. Sê,
para aquele que te aflige, o que é o
sândalo da floresta que perfuma o
machado do lenhador que o corta.”
Os ensinos da pluralidade das existências,
ou seja, da reencarnação da alma,
eram conservados na tradição oral dos cânticos
védicos; foram divulgados somente após a
compilação dos Vedas pelo sábio brâmane,
Vyasa, cerca de 14 séculos a.C., e fixados
definitivamente entre os séculos XII e XI,
quando a escrita foi introduzida na Índia
pela influência dos fenícios.

2 - KRISHNA

Continuando nosso estudo em torno de
algumas doutrinas espiritualistas da antigüidade,
devemos lembrar o grande pensador
brâmane, Krishna, que foi o inspirador das
crenças dos indus. Através de sua doutrina,
verificamos que a imortalidade da alma, as
vidas sucessivas, a lei de causa e efeito,
faziam parte dos seus ensinos.
A doutrina de Krishna se contém inteirinha
no Bhagavad-Gita, que é um dos hinos do
Mahabhárata e, por sinal, a mais bela e
profunda mensagem de filosofia que nos legou
a antigüidade.
“O corpo – dizia ele – envoltório da
alma que aí faz sua morada, é uma
coisa finita; porém a alma que o habita
é imortal, imponderável e eterna”.
Esses ensinos nos mostram a imortalidade
da alma como princípio básico, e que a
vida do corpo é transitória.
“Todo renascimento, feliz ou desgraçado,
é uma conseqüência das obras
praticadas em vidas anteriores.”
Aí está patente a lei de causa e efeito.
Colhemos o fruto oriundo da semente que
lançamos.
Com referência à reencarnação, dizia ele:
“Tanto eu como vós temos tido vários
nascimentos. Os meus, só de mim são
conhecidos, porém vós nem mesmo os
vossos conheceis.”
Ao que parece, Krishna, em decorrência
de sua evolução, lembrava-se das encarnações
pretéritas.
Ainda, sobre reencarnação, devemos citar
mais este ensinamento:
“Como a gente tira do corpo as roupas
usadas e as substitui por outras novas
e melhores, assim, também, o habitante
do corpo (Espírito), tendo
abandonado a velha morada mortal,
entra em outra nova e recém-preparada
para ele.”
Sobre a moral, pregava Krishna:
“Os males com que afligimos o próximo
nos perseguem, assim como a sombra
segue o corpo.”
“As obras inspiradas pelo amor dos
nossos semelhantes são as que mais
pesarão na balança celeste.”
“O homem virtuoso é semelhante a uma
árvore gigantesca, cuja sombra benéfica
permite frescura e vida às plantas
que a cercam”.
“Se convives com os bons, teus exemplos
serão inúteis; não temas habitar
entre os maus para os reconduzir
ao bem.”
São ensinamentos que muito se assemelham
aos de Jesus, porquanto fora Krishna
um de seus enviados.

3 - BUDA

Outro missionário que veio ao mundo para
trazer ensinos de amor e de perdão foi Buda,
cujo nome verdadeiro era Gautama Sáquia Muni
(Gautama é o nome étnico e designa o clã a
que pertencia Buda. Quanto a Sáquia Muni
designa “o santo oriundo dos Sáquias” –
família de guerreiros).
Buda viveu cerca de 600 anos a.C. Renunciou
às grandezas, à vida faustosa para
isolar-se nas florestas, às margens dos
grandes rios asiáticos, em profunda meditação
e estudo, durante sete anos, reaparecendo,
depois, para pregar a necessidade de
se praticar o bem, porque “o bem – dizia
ele – é o fim supremo da natureza.”
Sobre reencarnação disse:
“O que é que julgais, ó discípulos,
seja maior: a água do vasto oceano,
ou as lágrimas que vertestes, quando,
na longa jornada, errastes ao
acaso, de renascimento em
renascimento, unidos àquilo que
odiastes, separados daquilo que
amastes? Uma vida curta, uma vida
longa, um estado mórbido, uma boa
saúde, o poder, a fraqueza, a fortuna,
a pobreza, a ciência, a ignorância...
tudo isso depende de atos cometidos
em anteriores existências.”
“As almas não penetram no ‘mundo das
formas’ senão para trabalhar no complemento
da sua obra de aperfeiçoamento
e elevação. Podem realizar isso
pelos Upanichades e completá-lo pelo
Purana ou amor.”
(Os Upanishades são tratados de mística
hindu, que se reportam aos Vedas, especialmente
ao Yadjur-Veda).
“A ciência e o amor são dois fatores
essenciais do Universo. Enquanto não
os adquirir, o ser está condenado a
prosseguir na série de reencarnações
terrestres.”
Sobre os males decorrentes da ignorância,
devemos citar este outro ensino, que
está sempre atualizado:
“A ignorância é o mal soberano de que
decorrem o sofrimento e a miséria
humana. O conhecimento é o principal
meio para se adquirir a elevação da
vida material e espiritual.”
É interessante notar haver Buda colocado
o conhecimento como base da elevação
espiritual, o que atesta a importância dada,
já naquela época, ao estudo das ciências da
alma e, conseqüentemente, do princípio das
coisas, para a realização desse desiderato.
Podíamos falar ainda mais sobre este
grande missionário, mas, dada a exigüidade
de espaço, limitamo-nos, apenas, a estas
citações, concluindo com a afirmativa de
que a doutrina de Buda é toda de amor e
caridade, oferecendo, assim, profunda analogia
com os ensinos legados por Jesus.
 

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