sábado, 12 de janeiro de 2008

Sócrates e Platão. :-)


Devemos lembrar, também, de três outras
figuras importantes no mundo Oriental, que
foram Lao-Tse, Mêncio e Confúcio.
O primeiro, apresenta o Livro da Razão
Suprema, estabelecendo elevados princípios
morais; o segundo, em seu Tratado de Moral,
concita os homens à boa conduta, e, o terceiro,
trouxe a grande máxima: – “Não façais
aos outros o que não quereis que eles vos
façam.”

4 - SÓCRATES E PLATÃO

Sócrates, como o Cristo, nada escreveu.
O que sabemos, hoje, a respeito de sua doutrina,
foi escrito por Platão, seu discípulo.
Morreu condenado a tomar cicuta, por
haver atacado as crenças da época e colocado
a virtude acima da hipocrisia. Combateu,
de corpo e alma, os preconceitos religiosos
como o fez Jesus, a quem os fariseus também
acusaram de corromper o povo.
Como nosso objetivo principal é trazer,
através destas páginas, um pouco de conhecimento,
não só do Espiritismo, mas também
de mais algumas doutrinas espiritualistas,
que nos foram legadas por aqueles que antecederam
o Cristo, não podemos deixar de
inserir, aqui, alguns tópicos da doutrina
de Sócrates e Platão, que servirão para
mostrar a grande semelhança com os ensinos
que nos dão os Espíritos.
Vejamos:
“O homem é uma alma encarnada. Antes
da sua encarnação, existia unida aos
tipos primordiais, às idéias do verdadeiro,
do bem e do belo; separa-se
deles encarnando, e, recordando seu
passado, é mais ou menos atormentada
pelo desejo de voltar a ele.”
Aqui vemos a distinção entre o espírito
e a matéria, o que nos mostra o princípio
da preexistência da alma antes de reencarnar,
guardando intuição do mundo espiritual.
Está, desta forma, bem expressa a reencarnação.
E, continuando, vamos citar vários outros
trechos desta doutrina, que servem para
aclarar nosso espírito na compreensão de
que há um grande paralelo entre ela, a do
Cristo e o Espiritismo, embora seja esta
mais completa, mas, de qualquer forma,
Sócrates e Platão, no dizer de Kardec, pressentiram
a idéia cristã através de seus escritos.
“A alma – diziam eles – se transvia e
perturba, quando se serve do corpo
para considerar qualquer objeto; tem
vertigem como se estivesse ébria,
porque se prende a coisas que estão,
por sua natureza, sujeitas a mudanças;
ao passo que, quando contempla
sua própria essência, dirige-se para
o que é puro, eterno, imortal, e,
sendo ela dessa natureza, permanece
aí ligada, por tanto tempo quanto
possa. Cessam, então, os seus
3transviamentos, pois está unida ao
que é imutável e a esse estado da
alma é que se chama sabedoria.”
“Após a morte, o gênio (daimon, demônio),
que nos fora designado durante
a vida, leva-nos a um lugar onde se
reúnem todos os que têm de ser conduzidos
ao Hades, para serem julgados.
As almas, depois de haverem estado no
Hades o tempo necessário, são
reconduzidas a esta vida em múltiplos
e longos períodos.”
“Os demônios ocupam o espaço que separa
o céu da terra; constituem o
laço que une o Grande Todo a si mesmo.
Não entrando nunca a divindade em
comunicação direta com o homem, é por
intermédio dos demônios que os deuses
entram em contato e se entretêm
com eles, quer durante a vigília,
quer durante o sono.”
“A preocupação constante do filósofo
é a de tomar o maior cuidado com a
alma, menos pelo que respeita a esta
vida, que não dura mais que um instante,
do que tendo em vista a eternidade.
Desde que a alma é imortal,
não será prudente viver visando à
eternidade?”
“Se a alma é imaterial, tem que passar,
após esta vida, a um mundo igualmente
invisível e imaterial, do mesmo
modo que o corpo, decompondo-se,
volta à matéria. Muito importa no
entanto distinguir bem a alma pura,
verdadeiramente imaterial, que se alimente,
como Deus, de ciência e pensamentos,
da alma mais ou menos maculada
de impurezas materiais, que a impedem
de elevar-se para o divino e a
retém nos lugares da sua estada na
terra.”
“Se a morte fosse a dissolução completa
do homem, muito ganhariam com a
morte os maus, pois se veriam livres,
ao mesmo tempo, do corpo, da alma e
dos vícios. Aquele que guarnecer a
alma, não de ornamentos estranhos,
mas com os que lhes são próprios, só
esse poderá aguardar tranqüilamente
a hora da sua partida para o outro
mundo.”
“O corpo conserva bem impressos os
vestígios dos cuidados de que foi
objeto e dos acidentes que sofre. Dáse
o mesmo com a alma. Quando despida
do corpo, ela guarda evidentes os
traços de seu caráter, de suas afeições
e as marcas que lhe deixaram
todos os atos de sua vida. Assim, a
maior desgraça que pode acontecer ao
homem é ir para outro mundo com a
alma carregada de crimes. Vês,
Cálicles, que nem tu, nem Pólux, nem
Górgias podereis provar que devamos
levar outra vida que nos seja útil
quando estejamos do outro lado. De
tantas opiniões diversas, a única que
permanece inabalável é a que mais
vale receber do que cometer uma injustiça
e que, acima de tudo, devemos
cuidar, não de parecer, mas de ser
homem de bem.”
“De duas uma: ou a morte é uma destruição
absoluta, ou é passagem da
alma para outro lugar. Se tudo tem
que se extinguir, a morte será como
uma dessas raras noites que passamos
sem sonho e sem nenhuma consciência
de nós mesmos. Porém, se a morte é
apenas uma mudança de morada, a passagem
para o lugar onde os mortos se
têm de reunir, que felicidade a de
encontrarmos lá aqueles a quem conhecemos!
O meu maior prazer seria
examinar de perto os habitantes dessa
outra morada e de distinguir lá,
como aqui, os que são dignos dos que
se julgam tais e não o são. Mas, é
tempo de nos separarmos, eu para morrer,
vós para viverdes,”
“Nunca se deve retribuir com outra
injustiça, nem fazer mal a ninguém,
seja qual for o dano que nos hajam
causado. Poucos, no entanto, serão
os que admitem este princípio e os
que se desentenderem a tal respeito
nada farão mais, sem dúvida, do que
votarem uns aos outros mútuo desprezo.”
“É pelos frutos que se conhece a árvore.
Toda ação deve ser qualificada
pelo que produz: qualificá-la de má,
quando dela provenha o mal; de boa,
quando dê origem ao bem.”
“A riqueza é um grande perigo. Todo
homem que ama a riqueza não ama a si
mesmo, nem ao que é seu; ama a uma
coisa que lhe é ainda estranha do que
o que lhe pertence.”
“É disposição natural em todos nós a
de nos apercebermos muito menos dos
nossos defeitos, do que nos de outrem.”
“Se os médicos são mal sucedidos,
tratando da maior parte das moléstias,
é que tratam do corpo sem tratarem
da alma. Ora, não se achando o
todo em bom estado, impossível é que
uma parte dele passa bem.”
“Todos os homens, a partir da infância,
muito mais fazem de mal do que
de bem.”
Conforme acabamos de ver, estes ensinos,
que foram difundidos quase quinhentos
anos antes do Cristo, encerram grandes verdades
que, no século XIX, foram confirmadas
pelo Consolador Prometido, personificado na
Doutrina Espírita, a qual representa, há
mais de um século, o Cristianismo Redivivo.
 

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